Suspeitos de extorsão, sequestro e homicídio viram réus na Bahia

Dezesseis investigados na Operação Indignos, deflagrada em cinco estados no início do ano, tornaram-se réus nesta semana após decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (10) pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que comandou a investigação e apresentou a denúncia contra os acusados.

O grupo é suspeito de extorsão, sequestro, homicídio, tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro, com valores que podem chegar a R$ 150 milhões em três anos. Entre as vítimas dos suspeitos, segundo as investigações, estaria um homem apontado como um dos maiores traficantes de drogas sintéticas da Bahia.

Além de serem julgados pelos crimes, seis dos suspeitos tiveram mandados de prisão decretados pela Justiça. Caso sejam presos, essas pessoas se juntarão a outras oito, capturadas em janeiro, quando a operação foi deflagrada nos estados da Bahia, São Paulo, Ceará, Paraná e Amazonas.

O MP-BA não detalhou o motivo pelo qual os outros dois denunciados não tiveram pedidos de prisão solicitados à Justiça. Os dezesseis réus foram identificados como:


• Verônica Teixeira dos Santos
• Paulo César Conceição da Silva
• Arlisson Alves Cruz
• Lucas Pinto dos Santos
• Ingrid Saraiva dos Santos Cruz
• Jorge Raimundo Arcanjo Salgueiro dos Santos
• Valdimir Neves Santos
• Ana Paula Araújo Farias
• Walace dos Santos Poli Silva
• Lázaro Freitas Cerqueira
• Rose Mary Conceição Damasceno
• Jéssica Barreto dos Santos
• Damião da Conceição
• Alex Rios Costa
• Odair Santos Brito
• Rodolfo Borges Barbosa de Souza

Esse último, conforme informou o MP-BA, seria sócio da vítima apontada na investigação. Identificado como Ivan de Almeida Freitas, ou “Ivanzinho”, o suspeito de tráfico foi morto em agosto de 2023, no bairro do Trobogy, em Salvador.

De acordo com as investigações, Rodolfo Borges, conhecido como “Bené” ou “Zeca”, seria o líder do grupo, responsável pelo abastecimento de drogas nos bairros de Amaralina, na capital baiana, e Portão, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

A organização criminosa também é acusada de lavar dinheiro do tráfico por meio de empresas fantasmas, aquisição de obras de arte, imóveis residenciais e comerciais em nome de terceiros, além de marmorarias e ferro-velho.

Durante a Operação Indignos, deflagrada no dia 9 de janeiro, foram apreendidos 18 celulares, R$ 42.620 e US$ 1.500, além de veículos de luxo, incluindo um Toyota Corolla, uma BMW, uma Range Rover Evoque, uma motocicleta Kawasaki Ninja e uma Mercedes.

Entre os oito presos estão dois policiais militares baianos. Um deles foi detido em Salvador e o outro no Paraná. Das outras seis prisões, quatro ocorreram na capital baiana.

A operação também resultou no bloqueio de cerca de 100 contas bancárias ligadas à organização criminosa, que movimentou aproximadamente R$ 150 milhões nos últimos três anos.

Segundo o delegado Thomas Galdino, diretor do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), na época foram cumpridos seis mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão. Dois suspeitos foram presos em flagrante.

Na Bahia, a operação contou com cerca de 200 policiais e foi realizada em 10 bairros de Salvador, além das cidades de Candeias, Camaçari, Lauro de Freitas e Dias D’Ávila.

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