Eunápolis viveu um dia de grande tensão política nesta quarta-feira (13), quando servidores públicos municipais lotaram a Câmara de Vereadores para protestar contra um projeto de lei enviado pelo prefeito Robério Oliveira. A proposta do chefe do Executivo busca revogar leis aprovadas na gestão anterior que garantiam benefícios à categoria, gerando indignação entre os trabalhadores.
Os servidores não ficaram calados diante do que consideram um retrocesso em seus direitos. Organizados e determinados, compareceram em peso à sessão legislativa para pressionar os vereadores a rejeitarem a proposta. Munidos de cartazes de cartolina, deixaram claro o seu posicionamento: “Qual o crédito essa Câmara vai ter de revogar as leis que foram aprovadas por eles mesmos por unanimidade?”, “Em plena reforma tributária, como vai ficar Eunápolis no cenário nacional tirando o incentivo fiscal?”, “NÃO ÀS REVOGAÇÕES”, “A ENGENHARIA REQUER VALORIZAÇÃO”, entre outros cartazes de servidores de diversos setores que serão prejudicados.
A movimentação na Câmara gerou um embate acalorado. Vereadores que anteriormente haviam votado a favor das leis agora ameaçadas de revogação se viram pressionados a justificar uma eventual mudança de posicionamento. O silêncio ou a omissão, neste momento, podem custar caro politicamente a quem tentar aprovar a proposta do prefeito Robério Oliveira.
Para os servidores, o projeto de lei representa um ataque direto aos direitos conquistados com luta e mobilização. “Não aceitaremos calados essa tentativa de retirada de direitos. Estamos aqui para lembrar aos vereadores que eles foram eleitos para representar o povo, e não para atender interesses do prefeito”, afirmou um dos manifestantes presentes na sessão.
A pressão popular colocou os vereadores em uma encruzilhada: ou mantêm a coerência e votam contra a revogação, ou correm o risco de enfrentar o desgaste com a categoria que, em sua maioria, também é composta por eleitores. O desfecho desse embate político ainda é incerto, mas uma coisa é clara: os servidores de Eunápolis estão mobilizados e dispostos a lutar pelos seus direitos.